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sábado, 25 de agosto de 2012

Reportagem da Revista Veja, 14 de abril de 2010. TEMPESTADE CEREBRAL SOB CONTROLE

Tratamentos mais precisos e novas frentes de pesquisas estão mudando o perfil dos pacientes com epilepsia.Hoje 90% deles conseguem se livrar das crises.
( Adriana Dias Lopes)

O tormento ficou para trás
"Minha mãe presenciou a maioria dos meus ataques. Ela dizia que eu permanecia estática, piscando sem parar, durante uns cinco minutos. As crises se repetiram ao longo de dezoito anos. Perdi muitos empregos por causa disso. Há oito anos, fui submetida a uma cirurgia e me tornei outra pessoa."
Sueli Mesquita, de 47 anos, secretária.

      A crise de epilepsia é uma experiência aterradora. Sua vítima perde o controle sobre os movimentos, as sensações e os sentimentos. A boca espuma e os olhos piscam alucinadamente. Quando o ataque cessa (dura dez minutos, em média), o corpo dói como se tivesse sido surrado por horas seguidas. A lembrança da convulsão é forte demais para ser cancelada, e o doente passa a viver na expectativa de que outras ocorram. Com 2 milhões de doentes no Brasil, a epilepsia é caracterizada por um descompasso elétrico nos circuitos cerebrais. Nos momentos de crise, é como se uma tempestade atingisse o cérebro, comprometendo as conexões entre os neurônios. Tida como a doença neurológica mais antiga da qual se tem registro, a epilepsia esteve sempre cercada por mitos, crenças – e preconceitos. Nos últimos anos, a medicina tem obtido conquistas gigantescas no tratamento da doença. Hoje, 90% dos pacientes conseguem se livrar dos acessos epiléticos.

Uma das mais promissoras frentes de estudo da epilepsia foi aberta recentemente por pesquisadores italianos do Instituto de Pesquisa Farmacológica Mario Negri, em Milão. Sob a coordenação da neurofarmacologista Annamaria Vezzani, eles comprovaram a associação entre a proteína anti-inflamatória HMGB1 e a ocorrência das crises epiléticas. Publicado na revista científica americana Nature, o trabalho foi feito com ratos de laboratório e mostrou que o cérebro dos animais epiléticos continha HMGB1 em excesso. Além disso, a equipe de Annamaria conseguiu demonstrar que a proteína é capaz tanto de deflagrar uma crise de epilepsia quanto de intensificá-la. Quando a ação da HMGB1 foi bloqueada, as cobaias doentes não foram acometidas por ataques. O próximo passo será estudar os efeitos da proteína em seres humanos. "Nossa descoberta é o primeiro grande passo rumo ao desenvolvimento de remédios com mecanismo de ação completamente diferente dos que existem atualmente para o controle da doença", disse Annamaria a VEJA. Pode estar aí a esperança para os 9% de pacientes que não respondem a nenhum tipo de tratamento. Com os recursos disponíveis, eles conseguem, na melhor das hipóteses, ter as crises minimizadas – ou menos intensas ou mais esporádicas.

 Há três formas de controle dos ataques epiléticos. A primeira (e à qual respondem 70% dos doentes) é o uso de medicamentos. Dos mais antigos aos mais modernos, os anticonvulsivantes visam a regular a atividade elétrica do cérebro. Alguns estimulam a produção do neurotransmissor Gaba, substância responsável por reduzir o ritmo de funcionamento dos neurônios. Outros inibem a síntese dos neurotransmissores glutamato e aspartato, associados à aceleração da atividade neural. E há ainda os remédios que fazem as duas coisas ao mesmo tempo. A epilepsia é uma daquelas doenças em que o melhor tratamento varia muito de paciente para paciente, em que a escolha da medicação mais adequada é quase sempre resultado de uma sucessão de tentativas e erros. Para se ter uma ideia dos progressos nessa área, nos anos 60, os anticonvulsivantes funcionavam apenas para metade dos doentes. O avanço se deu com a criação de moléculas mais precisas – o que levou a uma redução dos efeitos colaterais. O tratamento com remédios, na maioria das vezes, dura pelo menos cinco anos. "Esse é o tempo mínimo para que o cérebro se habitue à estabilidade elétrica", diz o neurocirurgião Arthur Cukiert, chefe do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Brigadeiro, em São Paulo. Depois desse tempo, a cura é completa na maioria dos casos. Isso só é possível porque o cérebro é um órgão de enorme plasticidade – ou seja, tem capacidade de se adaptar a novos mecanismos de funcionamento. A mesma lógica vale para a relevância do tratamento precoce. "Quanto antes um paciente começar um tratamento, menos tempo seu cérebro ficará sujeito às descargas elétricas", diz o médico.

A outra linha de abordagem das crises epiléticas é a cirúrgica. Indicada para os pacientes refratários aos medicamentos, ela consiste ou na retirada da região cerebral doente ou na implantação de eletrodos próximos ao cérebro ou dentro dele. Tais dispositivos disparam pequenos choques de modo a regular a atividade elétrica dos neurônios. Victoria Miranda Costa teve sua primeira crise aos 7 anos. Desde então e até o fim de 2008, quando completou 9 anos, a menina sofria de dois a três ataques por dia, apesar dos medicamentos. Os acessos vinham sem aviso. Aluna aplicada, por causa da doença, Victoria perdeu o 2º ano do ensino fundamental. Causada por um estreitamento dos vasos sanguíneos cerebrais, a epilepsia da menina só foi controlada com cirurgia. "Agora sou outra garota", diz Victoria. "Eu não tenho mais vergonha de ir à escola ou passear com minhas amigas, porque sei que não corro mais o risco de entrar em crise." Mesmo os pacientes submetidos à cirurgia têm de manter os medicamentos por pelo menos três anos – em doses, no entanto, muito menores. Depois de ter passado por uma operação para a retirada da porção cerebral doente, a secretária Sueli Mesquita, de 47 anos, tem dois motivos para comemorar. "Não só estou livre das crises, como também dos efeitos colaterais dos remédios", conta ela. "Por causa deles, eu vivia sonolenta, dormindo pelos cantos."

As crises de epilepsia podem ser causadas por qualquer tipo de lesão no cérebro – de um tumor ou um derrame a um problema congênito ou um trauma. "Por alguma razão ainda não completamente explicada, o aumento da atividade elétrica é uma forma de os neurônios reagirem a uma agressão", diz Luís Otávio Caboclo, neurologista da Universidade Federal de São Paulo. Ao longo da história, na maior parte do tempo, a epilepsia esteve associada a possessões demoníacas. Na Bíblia, no Evangelho de Marcos, um garoto epilético é levado a Jesus. "Mestre, trouxe-te o meu filho, que está possuído por um espírito mau", disse-lhe o pai. O menino, de acordo com o texto bíblico, agitava-se com violência, revolvia-se e espumava. Jesus o tomou pelas mãos e o ergueu, curando-o, de acordo com o relato.
Na Idade Média, a epilepsia era confundida com feitiçaria. Os historiadores defendem que muitas das mulheres jogadas nas fogueiras da Inquisição como bruxas eram epiléticas. Em meados do século XIX, muitos médicos acreditavam que a epilepsia fosse causada pelo hábito da masturbação. O primeiro medicamento efetivo contra a doença foi descoberto, aliás, em função de sua ação sobre a libido. O médico inglês Charles Locock, em 1857, escreveu que o brometo de potássio seria um ótimo anticonvulsivante porque inibia o desejo sexual. A substância, como se veria mais tarde, deixava o doente inapetente para o sexo por causa de seu poder sedativo – o que explica sua eficácia no controle das crises.
A manifestação clássica dos ataques epiléticos, aqueles em que o doente sofre convulsões, ocorre apenas quando o cérebro não consegue frear o descompasso elétrico e ele se espalha por todo o órgão. O ato de piscar em ritmo acelerado é sinal de que a descarga elétrica está passando pelo tronco cerebral, a estrutura responsável pelos movimentos primitivos, incluindo o das pálpebras.
A espuma que sai da boca, ainda considerada "contagiosa" por muita gente, nada mais é do que o acúmulo de saliva causado pela superestimulação das glândulas salivares. Ela representa os últimos momentos da convulsão, quando o organismo está retomando suas funções. Nesse momento, a faringe relaxa, liberando a passagem do ar – que, misturado à saliva, forma a espuma.
No Hospital Brigadeiro, em São Paulo, 10% dos acompanhantes dos pacientes epiléticos têm os dedos feridos com alguma gravidade na tentativa de segurar a língua do doente para que ele não morra engasgado. Há que frisar que esse perigo não existe. Durante um ataque, a língua continua presa em seu lugar. Ela só enrijece – assim como ocorre com todos os músculos do corpo.
Na imensa maioria das vezes, as crises epiléticas não danificam os neurônios. Em 3% dos casos, porém, os ataques têm duração superior a meia hora ou ocorrem um atrás do outro. Nessas situações, há o risco de perda de neurônios e, assim, do surgimento de sequelas. Foi o que aconteceu com Lauren Axelrod, filha de David Axelrod, conselheiro político do presidente americano Barack Obama. Hoje com 28 anos, Lauren teve sua primeira crise aos 7 meses.
Chegou ao impressionante número de 25 ataques por dia. "Ela acordava depois de uma crise apenas a tempo de sentir o próximo chegando e gritar de pavor para mim: ‘Mamãe... Não... Faça isso parar’", lê-se num artigo publicado por sua mãe, Susan, na revista americana Newsweek. Até os 17 anos, Lauren experimentou 23 tipos de remédio e foi submetida a uma cirurgia para a implantação de eletrodos. As crises só foram aplacadas em 2000, quando a jovem foi medicada com levetiracetam, um remédio recém-chegado ao mercado. Com a tempestade cerebral sob controle, Lauren pôde enfim conhecer uma vida livre de convulsões.
 Vida plena
"A epilepsia entrou em nosso cotidiano há 27 anos. Em uma manhã, quando fui pegar minha filha Lauren no berço, ela estava azul e com o corpo mole. Aos 7 meses, havia sofrido sua primeira crise epilética, durante a noite. Os ataques chegaram a 25 por dia. Eles só cessaram em 2000, com a chegada ao mercado de um medicamento. Hoje, apesar das sequelas cerebrais decorrentes das muitas crises pelas quais ela passou, Lauren é capaz de viver a vida plenamente."
Susan Axelrod, mulher do assessor de Barack Obama, David Axelrod, sobre Lauren (no centro), em artigo publicado na revista americana Newsweek

Surpresa em sala de aula
"Eu estava na classe quando tive minha primeira crise. Tinha 7 anos. Mas só percebi que alguma coisa estava errada comigo quando acordei no hospital, com muita gente em volta de mim. Sentia uma grande confusão na minha cabeça. Passei muitas vezes por isso depois. Minha vida só voltou ao normal há um ano, quando fui operada."
Victoria Miranda Costa, de 10 anos.


Espero que essa reportagem possa ajudar e tirar mais dúvidas sobre as questões relacionadas a epilepsia. Informação nunca é demais e dividir é sempre a melhor solução.



domingo, 25 de março de 2012

Informação : Plano Estratégico para Epilepsia.

Na 51a Reunião do Conselho Diretor da Organização Panamerica de Saúde em Washington-DC USA foi aprovado o Plano Estratégico para Epilepsia a ser adotado pelos Estados Membros. Consiste em 4 áreas estratégicas:
Área estratégica 1: Programas e legislação para a atenção às pessoas com epilepsia e proteção de seus direitos humanos.
Área estratégica 2: Rede de serviço de saúde para a atenção às pessoas com epilepsia, com ênfase na atenção primária à saúde e na provisão de fármacos.
Área estratégica 3: Educação e conscientização da população, inclusive das pessoas com epilepsia e suas famílias.
Área estratégica 4: Fortalecimento da capacidade para produzir, avaliar e usar as informações sobre a epilepsia.
Área estratégica 1: Programas e legislação para a atenção às pessoas com epilepsia e proteção de seus direitos humanos.
Objetivo 1.1: Dispor de programas nacionais de atenção à epilepsia.
Objetivo 1.2: Atualizar a legislação dos países quanto à epilepsia, em conformidade com as normas e padrões internacionais de direitos humanos.
Objetivo 1.3: Dispor dos recursos financeiros e humanos necessários para a execução de programas nacionais de atenção à epilepsia.
Objetivo 1.4: Criar e fortalecer as alianças do setor da saúde com outros setores e atores-chave, inclusive o setor privado.
Área estratégica 2: Rede de serviço de saúde para a atenção às pessoas com epilepsia, com ênfase na atenção primária à saúde e na provisão de fármacos.
Objetivo 2.1: Executar um pacote de intervenções essenciais para pessoas com epilepsia dentro da atenção primária à saúde, assegurando o acesso aos medicamentos básicos e à educação para o autocuidado.
Objetivo 2.2: Organizar a rede de serviços de neurologia e saúde mental para as pessoas com epilepsia nos níveis secundário e terciário.
Objetivo 2.3: Estabelecer um programa de reabilitação para pessoas com epilepsia.
Objetivo 2.4: Capacitar os profissionais da atenção primária à saúde a fim de melhorar suas competências para detectar e tratar a epilepsia.
Área estratégica 3: Educação e conscientização da população, inclusive das pessoas com epilepsia e suas famílias.
Objetivo 3.1: Aumentar o conhecimento sobre a epilepsia entre a população e as próprias pessoas que têm o transtorno e suas famílias, bem como melhorar o apoio comunitário.
Objetivo 3.2: Incorporar o componente de promoção da saúde e prevenção da epilepsia nos programas nacionais de atenção à epilepsia.
Objetivo 3.3: Reduzir o estigma, a discriminação e a exclusão social que cerca as pessoas com epilepsia.
Área estratégica 4: Fortalecimento da capacidade para produzir, avaliar e usar as informações sobre a epilepsia.
Objetivo 4.1: Melhorar os sistemas nacionais de informação, assegurando a reunião e a análise regular de dados básicos sobre a epilepsia.
Objetivo 4.2: Fortalecer a pesquisa no campo da epilepsia de acordo com as necessidades de todos os países e os recursos disponíveis.

quarta-feira, 14 de março de 2012

O QUE É EPILEPSIA?II

Hoje, trouxe um vídeo informativo que complementa o assunto anterior.
Porém, preste atenção, pois ter uma convulsão por beber demais, consumo excessivo de drogas, febre alta entre outros motivos citados no vídeo, não quer dizer que a pessoa seja epilética, pois há convulsões isoladas.
O que causa a epilepsia é desequilíbrio dos neurotransmissores, pode ser causado também por traumas no cérebro, ou alguma doença que atinja o sistema cerebral, ou seja, qualquer fator que possa lesar o sistema nervoso. (que pode incluir consumo excessivo de álcool ou drogas também). Mas para saber se essas convulsões são epilepsias é necessário que procure um médico. Geralmente é considerado epilepsia quando se tem mais de uma crise.

http://www.youtube.com/watch?v=dxi0bmJM7xE

Caso você conheça alguém que teve alguma convulsão, diga que é preciso procurar um médico.
A próxima postagem será sobre como ajudar uma pessoa no momento de uma crise, é um vídeo bem interessante, até a próxima postagem!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

IMPORTANTE SABER!

As luminárias em discotecas com fortes luzes piscando ou até mesmo com baixa luminosidade, fleches em TV, máquina fotográfica que a luz pisca várias vezes, pode desencadear uma crise.
Outras coisas são, noites mal dormidas, excesso de nervosismo ou ansiedade, consumo de álcool, e qualquer outro tipo de drogas, podem causar convulsões.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O QUE É EPILEPSIA?

         A Epilepsia é um distúrbio na atividade elétrica do cérebro, é como se o nosso cérebro tivesse vários fios (neurotransmissores) e quando um produz uma atividade intensa e esbarra no outro entra em curto circuito, ou seja, ocorre as convulsões com pequenos espasmos ou com perda total da consciência, fazendo com que a pessoa saia ''fora do ar''. Mas ter uma convulsão isolada, pode não ser epilepsia, só é epilepsia quando existem convulsões recorrentes e que não estão relacionadas a febres.

*A revisão mais recente das classificações e terminologia da epilepsia, aprovadas em 2001 pela International League Against Epilepsy (ILAE) divide os tipos de crises em:
• auto-limitadas: as que terminam de modo espontâneo após um período relativamente curto, ou seja, de um a cinco minutos,
• contínuas: tradicionalmente definidas como as que se prolongam por mais de 30 minutos.
A ILAE divide ainda as crises auto-limitadas em duas categorias principais, em função da região do seu desenvolvimento:
• crises parciais: têm origem numa área específica do cérebro, não sendo, necessariamente, uma área pequena,
crises generalizadas: a origem das crises envolve, simultaneamente, os dois hemisférios do cérebro.
Quando a origem da crise ocorre numa zona circunscrita e, posteriormente, abrange todo o cérebro, designa-se por crise parcial com generalização secundária.

Habitualmente, as crises parciais subdividem-se ainda em:
• parciais simples: quando não ocorre perturbação da consciência,
• parciais complexas: quando ocorre perda ou perturbação da consciência.
As crises generalizadas incluem:
• ausências ou crises de pequeno mal: caracterizam-se por um lapso súbito de resposta tão fugaz (normalmente inferior a 10 segundos), que as pessoas em redor nem se apercebem da alteração,
• crises mioclónicas: caracterizam-se por contrações musculares súbitas e curtas, provocando um ou mais abalos que perduram durante três a 10 segundos. Estão freqüentemente associadas a perturbações metabólicas, doenças degenerativas do sistema nervoso ou a lesão cerebral devido à falta de oxigênio,
• crises atônicas: caracterizam-se por perda súbita do tônus muscular, com a duração habitual de um a dois segundos. Se forem de curta duração provocam apenas movimentos aversivos da cabeça, se foram mais demoradas originam a queda do doente,
• crises tónico-clónicas ou crises de grande mal: representam 23% de todas as crises e caracterizam-se por contrações intensas e repetitivas do corpo que podem durar até dois minutos.
       O início é geralmente abrupto. O doente torna-se mais rígido e cai no chão com os maxilares apertados (podendo morder a língua), perde o controlo da bexiga e/ou dos intestinos e a pele pode adquirir uma cor azulada devido à falta de oxigênio.
      Durante a fase crônica, os músculos contraem-se e relaxam repetidamente, originando movimentos de abalos nas extremidades.
      Gradualmente o doente recupera a consciência, mas para se sentir confuso, sonolento, com dores de cabeça e musculares.

domingo, 29 de janeiro de 2012

NOTÍCIAS : Anúncio da Citroën banido no Reino Unido por causar ataques de epilepsia


A Ofcom baniu o novo anúncio televisivo do Citroën DS4 depois de imagens da palavra Yes (Sim) ter causado um ataque de epilepsia.

Uma sequência do anúncio, com criatividade da Euro RSCG de Londres, apresenta uma sequência de imagens a preto e branco com a palavra Yes a surgir de forma intermitente no ecrã. Esta sequência gerou dez queixas de espectadores junto da Advertising Standards Authority (ASA), acusando o anúncio de causar sintomas associados à epilepsia, tendo, inclusive, provocado um ataque epiléptico num dos espectadores.

O anúncio, noticia o The Guardian, passou um teste chamado Harding Flash&Pattern Analyser, que visa assegurar que os anúncios não provocam ataques de epilepsia junto a pessoas sensíveis à luz. A empresa responsável pelo teste diz já ter ajustado o mesmo de modo a melhor detetar este tipo de problemas.

(http://www.dinheirovivo.pt/Buzz/Artigo/CIECO030771.html)



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012


SEGUNDO O PAI DA MEDICINA, A EPILEPSIA É UMA DOENÇA DO CÉREBRO E NÃO DE ESPÍRITOS!

Voltando ao assunto anterior, vimos que a epilepsia passou por uma questionamento de ser uma doença espiritual, causada por espíritos malignos ou presença dos Deuses, mas tarde chegou até ser conhecida como a doença dos sábios, tem até uma lista de grandes personalidades que fizeram parte da história que eram epilépticos e que muitas pessoas não sabem, mas esse é o nosso próximo assunto.
Voltando a história de que a epilepsia era uma doença causada por espíritos bons ou ruins, trouxe a Hipócrates
(Cós, 460Tessália, 377 a.C.)o ''pai da medicina'' a idéia de buscar saber sobre uma ''doença sobrenatural'', que era o caso da epilepsia, então através de argumentos baseado nas teorias e suas pesquisas científicas, ele afirmou que a epilepsia era uma doença como qualquer outra, não havia nela nada de sobrenatural. Segundo Hipócrates, a epilepsia era uma disfunção do cérebro.Mesmo ele tendo afirmado que a epilepsia não era algo sobrenatural, a lenda de que a epilepsia era a doença dos espíritos, esteve e ainda está presente até hoje, pois como havia citado na postagen anterior, ainda existem pessoas que acreditam nisso e até eu já escutei alguém que me disse que eu tinha que ir benzer que era um encosto... hahaha, sei que não é um assunto para rir, mas a epilepsia é um distúrbio no cérebro e não um corpo possuído. Está claro isso?

Por que será que as pessoas acham que as celebridades são perfeitas?
Mas o que é realmente ser perfeito?
Eu aprendi que ser uma pessoa perfeita é aquela que possui apenas boas qualidades, uma pessoa sem defeito algum.
E o que é defeito?
É alguma coisa que tem de ''errado ''com a nossa aparência, com nossos modos, um deslize, ou até mesmo nossas fraquezas?
Agora responda-me, você conhece alguém perfeito assim?Uma pessoa que só tem boas qualidades, que não briga, não xinga, não se irrita com nada, não come bobagens, dorme e acorda na hora certa, nunca teve uma inveja mesmo que boa, que está sempre contente com tudo e não reclama nem que o dia está quente ou frio demais...
Você conhece? Acredito em Deus e que ele é o único que poderia responder tal questão, pois eu, não encontrei com essa pessoa perfeita ainda.
As celebridades são pessoas ''normais'' e não personagens, elas tem problemas com a família, com o trabalho, e com também com a saúde.Mas ter um problema seja ele qual for não é um defeito da pessoa.
Essa idéia de achar que a pessoa não é normal porque tem uma doença e que ''essas doença é um defeito'' é puro preconceito, pois somos todos normais, doentes ou não, todos nos temos uma limitação na vida, alguns abusam e não temem as conseqüências e outros tem precauções e sabem que podem sim,viver muito bem com esses limites.
Como qualquer ser humano, as celebridades tem problemas de saúde e isso inclui o nosso tema, a epilepsia. Vejamos agora algumas personalidades que tiveram ou tem epilepsia:
Alexandre, O Grande; Rei da Macedônia.
Alfred Nobel; químico e inventor sueco,criador do prêmio Nobel.
Fiodor Dostoiévsk; escritor russo, autor de ''Crime e Castigo e Irmãos Karamazov''. Dostoiévisk teve crises dos 25 aos 60 anos de idade."sim, eu tenho a doença das quedas, a qual não é vergonha para ninguém. E a doença das quedas não impede a vida".
Gustave Flaubert; escritor francês, autor de Madame Bovary, passou a ter crises aos 22 anos de idade.
Tchaikovsky; escritor russo, autor de Lagos dos Cisnes e Quebra Nozes.
Lord Byron; romancista francês, autor de Don Juan e Peregrinação de Childe Harold.
Machado de Assis; escritor brasileiro, autor de Dom Casmurro, ele não gostava de falar sobre esse assunto e escondia que tinha epilepsia.
Leon Tolstói; escritor russo,autor de Guerra e Paz e Anna Karenina.
Edgar Allan Poe; escritor,poeta, crítico literário americano, autor de O Corvo.
Joana D'arc; heroína francesa que foi queimada viva, 500 anos depois ela foi canonizada, há suposições que ela sofria de epilepsia, pois ela tinha crises e achavam que era bruxaria.
Napoleão Bonapart;imperador francês. "Gemia e babava, tinha uma espécie de convulsão que cessava ao cabo de um quarto de hora…" (testemunho de Talleyrand, ano de 1805, um dos que atestam que o imperador sofria, desde jovem, de epilepsia)
D. Pedro I, imperador do Brasil.
Ian Curtis; vocalista da banda inglesa Joy Division, teve epilepsia aos 22 anos, e com a exitação dos shows passou a ter crises no palco, supõe-se que a causa da sua depressão foi por causa da doença e isso o levou ao suicídio.
Neil Young; roqueiro canadense.
Eric Clapton;guitarrista, cantor e compositor britânico, autor da música Tears in Heaven.
Danny Glover; ator americano teve epilepsia dos 15 aos 35 anos de idade.
Tenho certeza que você que viu esta lista agora deve ter pensado: ''Nossa eu não sabia que o escritor fulano ou o cantor beltrano tinha epilepsia. '' Estou certa? Você conseguiu perceber que mesmo em épocas diferentes, essas personalidades viveram com a epilepsia e que cada um teve uma maneira diferente de encará-la? Uns conseguiram e outros não,uns assumiram e outros esconderam, mas todos tiveram que buscar meios para conviver, tirando o Ian Curtis que chegava a passar dos limites em seus shows e a cada crise que tinha fez com que entrasse em depressão e com isso acabou tirando a própria vida. Infelizmente ele deixou-se levar por fraqueza.
Um dos meus objetivos neste blog, é discutir a epilepsia e mostrar que as pessoas podem sim viver, sem a idéia fixa de que é impossível eu fazer isso ou aquilo, e que não há nenhum problema em assumir a epilepsia e que as pessoas não são tão perfeitas que não podem nos aceitar, ‘’ Ninguém é melhor que outro e nem pior’’, Lembre-se sempre disso!